Olá, tudo bem com vocês? Hoje quero compartilhar com vocês algo que não está ligado a área cosmética, mas sim a um proposta natural e de redução da toxicidade causada por produtos químicos presentes em tintas de pintura convencionais. Vocês já imaginaram poder produzir seus próprios pigmentos caseiros? Quer saber como? Vamos juntas! Certa vez, na época de escola tive que fazer um trabalho de pintura, onde só poderia utilizar pigmentos naturais. Lembro-me de utilizar café e canela em uma base de cola branca, para obter os pigmentos que desejava... O quadrinho ficou bonito, porém muito simples e um tanto quanto apagado... Apenas após alguns anos, descobri que eu poderia ter utilizado uma grande variedade de pigmentos naturais a fim de dar vida a minha pintura. Foi na internet que encontrei uma apostila chamada “Apostila Intuitiva de Pigmentos Naturais” do “ARTE DA TERRA”, escrita pelo Jhon Bermond contendo informações valiosíssimas sobre a obtenção de pigmentos naturais, aglutinantes, fixadores, etc. O conteúdo que encontrei neste material é o que desejo dividir com vocês hoje! OBTENÇÃO: Não há medida certa para cada obtenção. Tudo é muito intuitivo, como prestar atenção a quantidade dos elementos na mistura. Por exemplo, na beterraba ao fogo, quanto mais água, mais rala ele ficará. É preciso sentir o quanto acrescentar, fazer testes e se divertir nas aplicações é o mais divertido. A tinta é uma mistura de dois elementos: pigmento e aglutinante. O pigmento é o que confere a cor à tinta, e o aglutinante é o que une as partículas fazendo a tinta aderir à superfície. Existem diferentes aglutinantes e como consequência diferentes tipos de tinta: óleo, cola, ovo, etc. As tintas naturais podem ser obtidas por diversos processos abaixo relacionados. Depois de obtido o pigmento ou o corante, mistura-se o aglutinante. Cocção: Cozinhar a matéria-prima, até que a água adquira sua cor. Podem ser cozidos repolho roxo, beterraba, açaí da juçara, erva-mate, café, casca de uva preta, de jabuticaba e de pinhão, hibisco, rosas, etc. O líquido colorido pode ser aplicado diretamente no papel, mas um pouquinho de cola lhe dará maior resistência ao tempo. É o ideal para as crianças, por não conter álcool. Maceração: Consiste em deixar a matéria-prima de molho na água fria, por volta de 12 horas, Este tempo é estipulado para inverno ou meia estação, no verão deve ser deixado por menos tempo, senão começa a fermentar. São macerados café, erva-mate, feijão preto, etc. Usar puro ou com aglutinante. É o ideal para as crianças, por não conter álcool. Infusão: Os elementos são picados e deixados em infusão no álcool até atingirem o seu ponto máximo de cort cujo tempo varia (minutos, dias, semanas), Quanto mais tempo em infusão, melhor. Podem ser colocados em infusão: pétalas de diversas flores, folhas, raízes, semente de urucum, lascas de madeira, repolho roxo, beterraba, açafrão, etc. Algumas infusões (como as pétalas de rosas) dão líquidos quase incolores, e sua cor só aparece depois de algum tempo de colocada no papel. Algumas folhas verdes dão cores alaranjadas. O corante obtido pode ser aplicado puro ou com cola. Neste caso, torna-se visguento e para limpar o pincel deve-se usar álcool, e nunca água. Fricção: A fricção, como o próprio nome diz, consiste em friccionar elementos diretamente sobre o papel. São friccionadas as plantas que contém uma quantidade razoável de água, principalmente pétalas coloridas. Flores ou folhagens podem ter uma cor por fora e outra por dentro. Liquidificação: Bater em liquidificador com água. Folhas verdes (espinafre, rúcula, salsinha), beterraba, repolho roxo, pétalas de flores, etc. Usar puro ou com aglutinante. AGLUTINANTES: São substâncias que, adicionadas aos pigmentos, unem as partículas formando "liga" Podem ser naturais, como:
FIXADORES CONSERVANTES:Os pigmentos de procedência vegetal necessitam do acréscimo de fixadores, Há fixadores naturais e químicos, como:
As mudanças de tonalidade e até de cor podem ocorrer se forem acrescentados fixadores diferentes à mesma cor. O suco do limão, o vinagre e o sal grosso, além de conservarem e fixarem as tintas, avivam as cores. CORES E ELEMENTOS VEGETAIS: CORES E PIGMENTOS MINERAIS DURABILIDADE E CONSERVAÇÃO: Ao trabalhar com tintas naturais surgem dúvidas quanto à sua durabilidade e conservação. Conforme o tipo de tinta que estamos trabalhando teremos comportamentos diferentes. São tintas vegetais ou minerais? Infusões no álcool ou cocções? Com raras exceções, as tintas vegetais são sensíveis à luz e sempre vão perder um pouco da sua cor. São instáveis, por isso às vezes conseguimos belíssimas cores de flores e frutos que depois ficam amarronzadas, Portanto, as pinturas feitas com tintas vegetais são frágeis e não devem ficar expostas ao sol. Se não forem tomados os cuidados corretos, pode criar fungos na própria pintura. Já as tintas de terra não desbotam nunca, mesmo sob um sol forte. Também não apresentam problemas de conservação e nunca criam fungos, nem na pintura, nem na tinta. As tintas vegetais de infusão no álcool também podem ser guardadas por tempo indeterminado, já as cocções e liquidificações devem ser descartadas após o uso ou guardadas em geladeira por mais alguns dias. Podem ainda ser congeladas para uma outra ocasião. TOXICIDADE:Embora a natureza apresente plantas tóxicas (Copo de leite, Espirradeira, Comigo-Ninguem-Pode), a tinta natural apresenta menos riscos que a artificial. Na pintura a óleo, por exemplo, as tintas não devem ser tocadas com as mãos e os solventes são extremamente danosos à saúde, causando sérias intoxicações e podendo mesmo levar à morte quem os usa de maneira indevida. Recomenda-se, assim, cuidado na seleção dos vegetais, optando-se por aqueles que não oferecem riscos quando de sua manipulação. Deve-se também ter muito cuidado com as tintas em infusão no álcool que, por se tornarem inflamáveis, devem ser mantidas longe do calor e das chamas e das crianças. COLETA DE MATERIAIS: Se formos coletar materiais da natureza, devemos ter o cuidado para não modificar o ambiente, nem causar impacto, Recolha apenas uma pequena parte de cada planta de um mesmo local, evitando que a planta se esgote e permitindo que outros também possam colhê-la. Na cidade, tentar reaproveitar ao máximo alimentos que não serão consumidos, como alimentos impróprios de sacolões e feiras, por exemplo, E cascas de verduras e legumes em sua casa . Coletar e congelar também é uma possibilidade, inclusive com frutas. Respeitar a época de cada elemento é importantíssimo. Texto e Imagens extraídas da Apostila Intuitiva de Pigmentos Naturais - Arte da Terra - Por Jhon Bermond www.jhonbermond.com Gostou desse post? Deixa seu comentário!
Beijos, Maryáh Eduarda Rocha [email protected] Fanpage no Facebook: cruda123 Instagram: @maryahdudarocha / @_cruda Youtube: @canalcruda Participe do Nosso Grupo no Facebook: Beleza Consciente e Cosméticos Naturais http://cruda.com.br/guia-cosmeticos.html
2 Comments
Claudia
20/12/2017 01:17:57 pm
Bom dia, Cruda!
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Yara
28/8/2018 06:51:56 pm
Adorei. Vou utilizar as maravilhosas informações.gratidao!
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